Palavras de um querido amigo:
"Sai, sai da casca, sai de casa, sai pá rua, sai de ti, sai do armário.
Estás à rasca sai do costume, sai dos hábitos, sai de acreditar em tudo o que te prometeram e sai à procura da tua vida.
Sai do iphone, sai do sofá, sai da casa do papá, aluga um quarto, ocupa um prédio, vive sem tv, sem cinema aos domingos, vive com menos mas vive.
Não tens carro viaja sem pagar, anda à boleia, crava os amigos, os conhecidos, quem encontras na rua, o policía de serviço, a sentinela do estado-maior.
Sai a correr vielas, sai a correr mundo, vai fazer voluntariado, vai pó Japão, vai pá Indía, pá Australia, pá Roménia , sei lá, vai porra!
Vai pa debaixo da ponte, vai pá praia, vai pó campo, vai plantar, colher, vai passar fome, antes isso que ter fome de vida.
Sai das noitadas ao Sábado, e aos outros dias, sai da Zara, sai do Millenium, sai do Continente, da PT.
Sai da menoridade prolongada em que prescindes de ser tu mas aceitas que te impingem tudo o que te deixa à rasca.
Vai viver como viviam os teus avós, sem duche, sem máquina de lavar nem shoping ao Domingo, mas tão mais felizes.
Sai a viver a vida a goles largos, sofrêgo de sentir, de respirar, de amar. Dá tudo o que tens, recebe tudo o que têm para te dar.
Pinta o cabelo de verde os olhos de amarelo, de rosa, de azul, faz o pino, caminha às arrecuas que é uma boa maneira de ver quem te acompanha.
Abandona todas as igrejas, acredita em todas as possibilidades.
Afinal o que tu queres é seres tu.
Ou és como o outro só queres mesmo é ter um carro novo?
Tás parvo, meu!
Casa do Mocho, 11 de Março de 2011, 23h58m"